Greve dos Correios seguirá até o dia 10

Publicado: 06/10/2011 em Uncategorized

A paralisação dos trabalhadores dos Correios seguirá no mínimo até o dia 10. Dos 35 sindicatos estaduais, pelo menos 20 rejeitaram a proposta de conciliação fechada na terça-feira no Tribunal Superior do Trabalho. São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Minas Gerais estão entre os que não aceitaram. Para valer, 18 sindicatos deveriam aprovar o acordo.


Como não houve consenso nas assembleias realizadas na terça-feira, o próximo encontro acontecerá apenas no dia 10, quando seria assinado o acordo entre os sindicatos e a ECT. Na ocasião, será sorteado um relator para julgar o dissídio. Como o decisão não ocorrerá no mesmo dia, é possível que a greve siga por mais uma semana.
Segundo o diretor jurídico da Federação Nacional dos Trabalhadores de Empresas de Correios, Telégrafos e Similares, Manuel de Lima Feitoza, a companhia quer descontar seis dias que os funcionários ficaram parados. “Os Correios não querem dar o braço a torcer, pois poderíamos compensar esse período, assim como vamos repor os 15 dias de paralisação.”
“Queremos também que a empresa pague o reajuste de R$ 80 retroativo a agosto, e não somente a partir do salário deste mês, que será depositado no dia 31”, salienta Feitoza. Também foi oferecida na terça-feira reposição da inflação acumulada em um ano de 6,87%.
A direção dos Correios informou que fez os esforços possíveis para que os empregados voltassem ao trabalho depois de acordo direto, fechado com as entidades sindicais. Após as decisões de ontem, a companhia diz que mantém as portas abertas para o diálogo e segue defendendo que o retorno à normalidade ocorra da forma mais rápida possível.
A greve, segundo a empresa, tem adesão de 23 mil funcionários, sendo que 80% do efetivo está trabalhando. O Fentect, no entanto, diz que 70% dos empregados estão parados. Para tentar diminuir a quantidade de 157 milhões de correspondências que estão em atraso, a empresa convocou colaboradores da área administrativa para ajudar no plano de contingência.
Estima-se que os Correios contabilizaram prejuízo diário de R$ 20 milhões. Esse montante pode aumentar, visto que são comuns ações judiciais movidas por clientes que foram prejudicados com os atrasos na entrega de encomendas. No começo da greve, há 22 dias, a categoria reivindicava reajuste de R$ 400 a partir de janeiro, reposição da inflação em 7,16% e mais 24,76% referentes a perdas acumuladas desde 1994.

Consumidor tem de buscar alternativa para pagar contas

Para evitar multas e juros nas contas de consumo e títulos bancários, o consumidor deve buscar alternativas para fazer o pagamento das faturas, mesmo sem receber o documento em casa. A Fundação Procon-SP orienta que as empresas que enviam as cobranças por correspondência postal são obrigadas a oferecer outra forma de pagamento que seja viável ao cliente como internet, fax, sede da empresa e depósito bancário.
É recomendável ao ver a aproximação do vencimento, o consumidor entre em contato com a prestadora de serviço para solicitar outra forma de pagamento.
No caso das correspondências rastreadas, o diretor do Sintect, Anderson Lima de Moraes, afirma que é possível buscar o item no centro de distribuição, após pegar informações na central de atendimento. “Entretanto, como temos 22 dias de produtos acumulados a procura está ficando cada vez mais difícil”, afirma.

Região já acumula mais de 10 milhões de itens parados

Nos 17 centros de distribuição da empresa no Grande ABC, cerca de 10 milhões de itens estão com entrega atrasada. Segundo o diretor regional do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos e Similares, Anderson Lima de Moraes, diariamente eram distribuídas em média 750 mil encomendas pelas sete cidades.
O sindicato calcula que a adesão à greve está diminuindo, entretanto, 70% do efetivo na região permanece com os braços cruzados. Até terça-feira, o índice chegava a 80% dos trabalhadores. No início, a adesão atingiu 90%.
São nesses centros que ocorrem os maiores empecilhos. Dos 17, três são de triagem, responsáveis por selecionar e direcionar aos municípios os itens.
Moraes estima que pouco mais de 100 mil correspondências foram entregues aos destinatários da região por dia desde o início da paralisação.


06/10/2011

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